Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quinta-feira, dezembro 07, 2006

Pluralidade. Excepto se...

Algumas notas prévias:
- Colaborei durante um pouco mais de um ano com o programa do Clube de Jornalistas na RTP 2, mas não pertenço ao Clube; durante esse ano sempre pude conceber os programas que apresentei da forma que entendi; terminei a colaboração essencialmente por não conseguir conciliar a necessidade de perder um dia para gravar em Lisboa 50 minutos; conheci bons amigos no Clube, em suma.

Posto isto gostaria de dizer que, como leitor regular da página do Clube e espectador atento do programa na RTP, me parece que o Clube está a fazer um tratamento jornalístico muito deficiente da actualidade que diz respeito à anunciada extinção da Caixa de Jornalistas.

É claro que os dois espaços em causa são da responsabilidade do Clube e que o Clube não é um órgão de comunicação social. Mas seja por demérito (não existe outra entidade com tanta visibilidade nesta área da análise dos media) seja por qualidade do que tem sido feito (apesar de múltiplas dificuldades, conseguem manter um programa na televisão, um site com actualização e uma revista muito interessante), a verdade é que os espaços do Clube têm procurado a pluralidade, mesmo o contraditório, alojando opiniões desencontradas com a dominante. Ou a sua.

Até que surgiu este caso da Caixa. De um momento para o outro, abandona-se a lógica de diversidade em nome de uma certa intolerância. É mau. E é mau porque é um precedente que se abre, é algo que pode desacreditar o projecto de afirmação do Clube na área de análise dos media e é mau porque demonstra que os jornalistas entendem a pluralidade como genético na sua profissão, excepto se for alguma coisa que lhes diga respeito. Um mau exemplo, portanto.

PS - é fracote o argumento de que a página do Clube aloja todas as opiniões que lhe forem enviadas; julgo não estar enganado se disser que a página do Clube não vive dos textos que lhe são enviados, mas dos textos que vai encontrando sobretudo na Internet e que, muito bem, republica.
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