Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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segunda-feira, junho 27, 2005

Tabloidismo 1 – Complexos

A primeira página do Público de 19 de Junho é um bom exemplo para demonstrar o medo dos responsáveis pelos jornais de referência em tabloidizar o seu jornalismo.
A manchete é: “Regras da avaliação da função pública só mudam em 2007”; imediatamente abaixo, e ensanduichados com uma foto da manifestação da estrema-direita, três pequenos destaques: exames 9º ano, águia imperial volta a Portugal e uma reportagem na Serra do Caldeirão, “à beira da morte um ano depois do incêndio”.
Comparando as regras de avaliação da função pública e esta reportagem no Algarve não tenho dúvidas: a primeira não me interessa, muito menos sendo apenas para 2007 (o que não significa que não seja notícia), a segunda é uma excelente reportagem, importante e interessante. Demasiado humana? É esse um dos dramas do chamado jornalismo sério. É demasiado sério. E vive com o pânico de ser considerado tabloidista.
Na minha opinião, faz mal. Comparando os diversos critérios de notícia, a reportagem da Serra do Caldeirão ganha às regras de avaliação da função pública. E vender mais jornais não é crime…
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Tabloidismo 2 – Só no Brasil?

... Em contrapartida, e apesar das preocupações, o tabloidismo aparece quando menos se espera…
Os jornais portugueses respeitam – regra geral – a presunção de inocência. E isso manifesta-se no que dizem e no que mostram. As fotos dos detidos, a menos que sejam figuras públicas (porque há uma correspondência entre o nome e a imagem, que não faz sentido esconder), devem ser preservadas. O mesmo não se passa, por exemplo, no Brasil – lembram-se do Militão? – em que as fotos são divulgadas pela própria polícia e o detido exposto ao limite.
Qual é a relevância disto? No sábado, o DN publicou uma notícia que dá conta da detenção de mais um português no Brasil, alegadamente por posse de droga. A foto do detido é publicada (e está na versão da internet), a legenda diz “Hugo levava cocaína” e a notícia acrescenta que “O jovem, de 22 anos, confessou o crime”.
Três magníficos exemplos de tabloidismo, sem dúvida, num jornal que tem todas as razões para o combater!
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