Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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domingo, outubro 09, 2005

A noite eleitoral e uma nova mentalidade na rádio

As principais rádios portuguesas preparam para logo emissões especiais de acompanhamento da noite eleitoral, emissões que reúnem uma parte substantiva das redacções e muitos outros meios.
Afinal, tentam fazer o mesmo que as televisões generalistas (já o faziam quando só havia a RTP; hoje nem faz sentido comparar...).

Esta constatação remete - do meu ponto de vista - para um tremendo anacronismo que caracteriza a rádio portuguesa.
Não havendo leitura diária de audiências em rádio, não é possível garantir que poucos estarão a ouvir as emissões especiais no FM. Mas empiricamente sabe-se que estas noites eleitorais são espectáculos televisivos. Por outro lado, as audiências televisivas comprovam o grau de adesão - ou seja, não sobra (quase) ninguém para ouvir logo a rádio.

E contudo a rádio persiste em concentrar esforços, gastar folgas e desperdiçar dinheiro numa emissão que tem apenas pouco mais do que valor simbólico e se faz, se calhar, porque não pode deixar de ser feita.

Dir-se-á: é preciso respeitar os ouvintes que não podem ver televisão, mesmo poucos. Mas eu junto um novo argumento: se as televisões brilham à noite, as rádios ofuscam de manhã (do dia seguinte). E teria de ser aí a concentração de esforços. Emissões especiais de rescaldo, com comentário, debate entre protagonistas, os sons da noite, as principais novidades, reportagem onde aconteceu surpresa, etc.

E a noite? Obviamente que a emissão não seria com música. Mas bastaria garantir os principais directos (até com a colaboração de uma televisão), fazer algumas entrevistas e ter o mínimo de repórteres, porque as notícias também chegam à redacção.
A rádio acorda de madrugada, não se deita a essa hora...

PS - para que não surjam equívocos: tive uma conversa interessante, sobre isto, com o José Fragoso, que terminou com o desafio de colocar estas reflexões on line!
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Para responder a um leitor

... que me enviou esta notícia, com uma pergunta ("Afinal pode ser ou vai?") e um comentário ("Este tipo de notícia faz-me bastante confusão...").

Não é possível dizer com certeza que essa pessoa, ou outra, vai ser libertada num determinado dia futuro (mais ou menos distante). Muita coisa pode acontecer para que isso não se concretize. Correcto seria dizer que "tem a libertação marcada para...".

Ou seja, alguma cautela é do mais elementar bom senso em notícias prospectivas. Nesse sentido, o "pode", apesar de não ser muito informativo, é mais correcto.

Resposta: "Pode" ou "vai"? Pode. Comentário: não é só a si que este tipo de notícias lhe faz confusão...
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