A noite eleitoral e uma nova mentalidade na rádio
As principais rádios portuguesas preparam para logo emissões especiais de acompanhamento da noite eleitoral, emissões que reúnem uma parte substantiva das redacções e muitos outros meios.
Afinal, tentam fazer o mesmo que as televisões generalistas (já o faziam quando só havia a RTP; hoje nem faz sentido comparar...).
Esta constatação remete - do meu ponto de vista - para um tremendo anacronismo que caracteriza a rádio portuguesa.
Não havendo leitura diária de audiências em rádio, não é possível garantir que poucos estarão a ouvir as emissões especiais no FM. Mas empiricamente sabe-se que estas noites eleitorais são espectáculos televisivos. Por outro lado, as audiências televisivas comprovam o grau de adesão - ou seja, não sobra (quase) ninguém para ouvir logo a rádio.
E contudo a rádio persiste em concentrar esforços, gastar folgas e desperdiçar dinheiro numa emissão que tem apenas pouco mais do que valor simbólico e se faz, se calhar, porque não pode deixar de ser feita.
Dir-se-á: é preciso respeitar os ouvintes que não podem ver televisão, mesmo poucos. Mas eu junto um novo argumento: se as televisões brilham à noite, as rádios ofuscam de manhã (do dia seguinte). E teria de ser aí a concentração de esforços. Emissões especiais de rescaldo, com comentário, debate entre protagonistas, os sons da noite, as principais novidades, reportagem onde aconteceu surpresa, etc.
E a noite? Obviamente que a emissão não seria com música. Mas bastaria garantir os principais directos (até com a colaboração de uma televisão), fazer algumas entrevistas e ter o mínimo de repórteres, porque as notícias também chegam à redacção.
A rádio acorda de madrugada, não se deita a essa hora...
PS - para que não surjam equívocos: tive uma conversa interessante, sobre isto, com o José Fragoso, que terminou com o desafio de colocar estas reflexões on line!
Afinal, tentam fazer o mesmo que as televisões generalistas (já o faziam quando só havia a RTP; hoje nem faz sentido comparar...).
Esta constatação remete - do meu ponto de vista - para um tremendo anacronismo que caracteriza a rádio portuguesa.
Não havendo leitura diária de audiências em rádio, não é possível garantir que poucos estarão a ouvir as emissões especiais no FM. Mas empiricamente sabe-se que estas noites eleitorais são espectáculos televisivos. Por outro lado, as audiências televisivas comprovam o grau de adesão - ou seja, não sobra (quase) ninguém para ouvir logo a rádio.
E contudo a rádio persiste em concentrar esforços, gastar folgas e desperdiçar dinheiro numa emissão que tem apenas pouco mais do que valor simbólico e se faz, se calhar, porque não pode deixar de ser feita.
Dir-se-á: é preciso respeitar os ouvintes que não podem ver televisão, mesmo poucos. Mas eu junto um novo argumento: se as televisões brilham à noite, as rádios ofuscam de manhã (do dia seguinte). E teria de ser aí a concentração de esforços. Emissões especiais de rescaldo, com comentário, debate entre protagonistas, os sons da noite, as principais novidades, reportagem onde aconteceu surpresa, etc.
E a noite? Obviamente que a emissão não seria com música. Mas bastaria garantir os principais directos (até com a colaboração de uma televisão), fazer algumas entrevistas e ter o mínimo de repórteres, porque as notícias também chegam à redacção.
A rádio acorda de madrugada, não se deita a essa hora...
PS - para que não surjam equívocos: tive uma conversa interessante, sobre isto, com o José Fragoso, que terminou com o desafio de colocar estas reflexões on line!
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