Defender a auto-regulação e recusar os provedores?

(Não há ninguém que não defenda a auto-regulação; mas quando se trata de dar o primeiro passo...)

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quinta-feira, novembro 24, 2005

(Act) Sondagens, jornalistas e alguns erros

O Público (com a Antena 1, a RTP e a Católica) e o Diário de Notícias (com a TSF e a Marktest) têm hoje primeiras páginas de sentido contrário: as suas sondagens presidenciais apontam para a vitória de Cavaco Silva à primeira volta e para que haja segunda volta (respectivamente).
Isso não pode deixar de causar perplexidade nos leitores/ouvintes, muito mais quando se percebe que, afinal, as sondagens são basicamente iguais: a do Público faz a ponderação dos indecisos e não respondentes; a do Diário de Notícias não (só os valores em bruto).

Esta disparidade interessou-me a ponto de promover o Forum de hoje sobre isso. Logo a abrir o director da Marktest desfez o mistério e, assim, ajudou-se a tentar esclarecer alguns ouvintes. Mas a esmagadora maioria estará, ainda agora, confusa.

Que dizer? Várias coisas, com uma mesma ideia:
1) Esta disparidade de metodologia perturba os leitores/ouvintes, as empresas de sondagens, os protagonistas e os jornalistas (esta falta de harmonização não interessa a ninguém, portanto);
2) As duas metodologias (com ou sem ponderação) são legítimas e aceites cientificamente; mas "ao calhas"... (eu meti água!)
3) Eu, como jornalista, leio - o melhor que sei - os dados que a empresa contratada me envia. Não sou eu que os elaboro nem escolho. Peço, portanto, que se entendam para facilitar o meu trabalho;
4) Ao contrário do que diz Pedro Magalhães no Margens de Erro, os técnicos não podem pedir apenas aos jornalistas que aprendam a mexer no assunto; qual é o seu papel?

PS - coincidência: o próximo Clube de Jornalistas é sobre isto (moderado por mim...). Com Pedro Magalhães... (Pedro: uma coisa é os resultados de uma sondagem "sugerirem"; outra muito diferente é darem certezas...)

ACT a 25/11: Não quero fugir com o rabo à seringa - e, repito, fui protagonista involuntário de uma trapalhada, ontem - mas não posso deixar de registar (com agrado) este novo texto de Pedro Magalhães.

No Público de hoje o texto "Por que dão as sondagens resultados tão diferentes?". Um excerto: "Como deve um cidadão informado reagir perante duas sondagens que, no mesmo dia, apresentam tendências de voto exactamente opostas?"
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