Não,
Pedro, Pacheco Pereira não tem razão quando escreve que "
os mesmos órgãos de informação que citavam religiosamente o Abrupto e que, nalguns casos, o reproduziam quase integralmente na sua parte política, esqueceram-se de o ler nesse dia, e não devem ter lido esta meia dúzia de palavras, certamente erradas e excessivas" ("Os colocadores de feltro", Público de ontem).
E não tem por duas razões: a primeira é porque faz todo o sentido "
o critério jornalístico que considera mais interessante o que diz uma voz vinda do mesmo lado do que a de um adversário que critica por obrigação" (Eu não explicaria melhor...). E Pacheco Pereira sabe bem isso ("
o meu blogue foi uma fonte de citações constantes contra Santana Lopes. Nada que eu não tivesse previsto e não desejasse, porque, em política, espera-se que aquilo que se diz tenha consequências e influência"); a segunda: se há quem não tenha legitimidade para contestar esse critério são os políticos - todos: por que é que um político não elogia as ideias/opções/opiniões de um adversário, aproveitando - em alternativa - qualquer pretexto para criticar negativamente (mesmo quando ainda não aconteceu)? Talvez porque fazer bem é o que se espera que aconteça; quando sucede o contrário é que é notícia???? (um exemplo apenas: algum dos partidos da oposição elogiou algum ponto do Orçamento de Estado? Como os anteriores, alguma coisa boa terá, não?)