O bom e o mau Independente
O Independente é um caso único na democracia portuguesa. No dia do seu último número, partilho sentimentos mistos com os leitores deste espaço:
- o Independente foi o jornal que melhor cumpriu (apesar de muitos e graves acidentes de percurso) uma missão nobre do jornalismo, o escrutínio do poder. O poder assustava-se quando o Independente investigava. E vários ministros caíram. O poder - qualquer que ele seja - é um poder pior quando não é escrutinado. Quem escrutina os poderes em Portugal desde que o Independente deixou de o fazer?
- o Independente foi o pior jornal que já comprei. Pior no sentido do desrespeito por regras essenciais do jornalismo (técnicas e deontológicas): um contraditório muito deficitário, o enviesamento recorrente, a falta de equidade no tratamento das partes, a subordinação a preconceitos. Arranjem uma notícia para este título, gozava Herman José há alguns anos. Ou então, táctica recorrente, escrever o texto, perto da hora de fecho contactar o visado, que desmente, e referir isso nas últimas linhas da página (não é por acaso que tantos processos perdeu em tribunal e tantos directores teve...)
A morte do Independente não surpreende ninguém. Mas vai fazer falta enquanto nos lembrarmos de perguntar o que é diz a primeira página do Independente de hoje?
- o Independente foi o jornal que melhor cumpriu (apesar de muitos e graves acidentes de percurso) uma missão nobre do jornalismo, o escrutínio do poder. O poder assustava-se quando o Independente investigava. E vários ministros caíram. O poder - qualquer que ele seja - é um poder pior quando não é escrutinado. Quem escrutina os poderes em Portugal desde que o Independente deixou de o fazer?
- o Independente foi o pior jornal que já comprei. Pior no sentido do desrespeito por regras essenciais do jornalismo (técnicas e deontológicas): um contraditório muito deficitário, o enviesamento recorrente, a falta de equidade no tratamento das partes, a subordinação a preconceitos. Arranjem uma notícia para este título, gozava Herman José há alguns anos. Ou então, táctica recorrente, escrever o texto, perto da hora de fecho contactar o visado, que desmente, e referir isso nas últimas linhas da página (não é por acaso que tantos processos perdeu em tribunal e tantos directores teve...)
A morte do Independente não surpreende ninguém. Mas vai fazer falta enquanto nos lembrarmos de perguntar o que é diz a primeira página do Independente de hoje?
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